Chegamos ao fim da jornada em Israel e no sábado visitamos Jerusalém.
Resolvi não ler muitas coisas para esta viagem e nem ver fotos para que eu pudesse ser surpreendida.
Geralmente eu gosto de descobrir as coisas na própria viagem. Um truquinho pra não me frustrar é colocar a minha expectativas lá embaixo.
Definitivamente, andar pelas ruas de Jerusalém é respirar história, enxergar a fé e se deleitar com a incrível capacidade do ser humano em destruir e preservar a vida.
Jerusalém é sem dúvida o lugar mais grandioso e interessante que ja visitei. Causou sensações incríveis no meu emocional,racional e espiritual.
Como já li a Bíblia, mais de uma vez, e constantemente tinha aulas dominicais, criei na minha mente um cenário bem distinto daquele que vi na cidade santa
Lógico que com mais de 5 mil anos de história, a cidade passou por algumas modificações, mas a ponto de alterar o meu imaginário, confesso que foi decepcionante.
Outra decisão tomada para esta viagem, foi tentar ver com olhos neutros, ou seja deixar a emoção de lado, principalmente no que se refere ao lado espiritual, e tentar enxergar várias possibilidades em uma mesma história.
E foi assim a semana inteira. Aprendi coisas que vou levar pra sempre comigo. Enfatizo ainda que tolerância e respeito ganharam mais uns pontinhos na escala de valores.
A rota do último dia foi feita com todo o grupo de trabalho do Harry, afinal ele veio numa missão e eu, de férias.
Dani B., nosso guia, é judeu de origem argentina, e nos acompanhou durante toda a trajetória.
Jerusalém fica a uma hora de carro de Tel Aviv, isso no sábado, com cara de domingo lembra!?
O lugar é bem peculiar e possui uma mistura de todas as religiões. Você sabia que apenas 3%da população em Israel é cristã !? Isso é mega interessante, principalmente por se tratar do país onde nasceu o homem que mudou a história da humanidade. Visitar a cidade onde ocorreu fatos que baseia todo o cristianismo, incluindo a morte de Jesus na Cruz, é algo sensacional.
Para minha alegria, as ruas das cidades não estavam lotadas como eu imaginava. Esperava algo como as visitas a igrejas na Itália. Adorei não ter aquela multidão esbarrando na gente.
Nossa primeira parada foi no Monte das Oliveiras. Ao redor de Jerusalém, que começa no muro ali atrás, só tem cemitério e à vista é belíssima. Ao longe avistamos a mesquita de cúpula dourada onde, supostamente, Abrãao ofereceu seu filho Isaac como sacrifício.
Logo pertinho fomos de mini-van para o Getsêmani. Onde Jesus passou sua última noite antes de ser preso. Lá, foi construída uma igreja. E foi exatamente essa a minha primeira decepção. Eu esperava que fosse um lugar como no jardim do sermão da montanha. Mas para minha surpresa, algo interessante aconteceu. Durante a visita na igreja, me aproximei do altar para fotografar a pedra original onde Jesus, supostamente, esteve e orou antes da sua missão ser cumprida. Até então meu lado racional estava no comando.
Quando abaixei pra tirar uma foto num determinado ângulo, uma forte e estranha emoção me invadiu, fazendo jorrar lágrimas dos meus olhos. Foi super intenso.
Situação super interessante e constrangedora, pois não esperava sentir isso. Até porque nos demais dias eu estava extremamente feliz. Já no Getsêmani, senti, melancolia e forte tristeza. Sentimentos opostos dos que tive no mar da Galiléia.
Depois conversei com duas mulheres do nosso grupo, uma italiana e outra suíça. As duas, quase atéias, também se emocionaram no lugar. Não fui a única sensível 🙂
Saímos do monte das oliveiras e seguimos para o Muro das Lamentações. Dentro dele não pode tirar fotos no sábado e nem em dias Santos dos judeus.
Lógico que respeitei.
As mulheres entram pelo lado direito e os homens pelo lado esquerdo. O muro é cheio de papéis com pedido de pessoas do mundo inteiro. Muitos acreditam que o Espírito Santo paira por ali e pode atender seu pedido de forma muito rápida. Não acredito nessas coisas, mas vai que acontece! Na dúvida coloquei meu papelim lá! 😊 Isso pode ser visto como uma forma de oração não é mesmo?
As pessoas que oram por lá saem andando “de ré”, para não dar as costas para o muro. Isso eu não fiz não, daí já era demais né!? Mas sai de lado, em silêncio pleno e refletindo sobre a vida, andando em zig-zag pela direita até a esquerda até subir completamente. Louca! é eu sei!
Quanto ao ambiente achei que iria encontrar muito mais gente. Dava para ouvir alguns homens rezando e cantando em um tom mais alto. Enquanto algumas mulheres só rezavam, baixinho, segurando a Torá.
Os homens do nosso grupo comentaram que os religiosos, durante a reza, movimentavam o corpo pra frente e pra trás causando um desconforto a quem via a cena.
De lá, fomos caminhando pelas ruelas até chega ao túmulo do Davi . Outro lugar santo que sábado e feriados judeus não pode ser fotografado. Então se quiser fotografar “tudim tudim” vá em outro dia da semana. Lá também tem o mesmo ritual, homens entram por um lado e as mulheres pelo outro.
O túmulo é o mesmo, mas cada gênero só pode ver parte dele.
Ao lado fomos à basílica de Dormiton, onde provavelmente Maria dormiu pra passar dessa pra melhor. Na linguagem da Bíblia, a “morte” é geralmente chamada de “sono” ou “dormição”,e por isso foi originário o nome do lugar. Eu, particularmente, dispensaria essa visita e teria visto a Mesquista de Omar, aquela com a cúpula dourada.
De lá caminhamos até a parte Armênia para almoçar. Ao lado vimos uma igreja. O almoço armênio, pra mim, é meio parecido com a dos demais dias. Estava uma delícia.
Seguimos para o mercado, foi um passeio bem rápido, só 20 min para comprar souvenires. Mais uma vez ganhei presente porque fui a 1. a comprar, mas nesse caso foi mais interessante ainda, pois acabei nem comprando nada. Ganhei todos os cartões postais de presente porque o vendedor não tinha troco.
De lá fomos para a via dolorosa. Começamos pelo final, no santo sepulcro. Ai foi minha decepção total. Eu achei que ia encontrar uma caverna, mas não !!! Construíram uma igreja. Não acreditei 😂😂😂😂
De um lado o caixão, dai você sobe uma escadinha apertada, e ali seria a crucificação. É meio sem sentido. Depois descobri que há um outro percurso feito pelos evangélicos, mas ai me vieram várias perguntas, tipo a via dolorosa não devia ser uma? O local do sepulcro também né? mas mesmo assim achei tudo meio estranho. (olha minha cara de indignação hahahah)
Mas vamos em frente!
Em alguns momentos a igreja era fechada para a chegada de representantes, de diversas partes, que estavam se preparando para a quaresma. O barulho na igreja era bem alto de sinos batendo e os homens rezando. Foi bem interessante ver ortodoxos, servos e demais denominações reverenciarem o lugar onde foi a crucificação de Jesus.
Vi também algumas pessoas, poucas, cerca de 6 ajoelhadas no túmulo e orando.
De lá fomos, percorrendo o caminho passando por cada estação da via dolorosa. Dany, o guia, nos contou em detalhes sobre cada uma. As ruas são bem estreitas e escorregadias. Fiquei imaginando Jesus carregando a cruz e fazendo percurso, e olha que estávamos descendo a montanha. Agora imagina isso em um dia de sol e sem água carregando uma cruz nas costas. Chega doeu meu coração.
Por último, chegamos ao sinédrio, onde houve o julgamento de Jesus. Outra decepção! Achei que seria uma corte bem maior da sala que vimos.
E assim terminamos a rota e voltamos para Tel Aviv às 5:00 da tarde. Eu estava exausta mas feliz por ter concluído o roteiro da terra santa.
Só tem um problema. Quem visita Israel certamente vai querer voltar. E eu já estou planejando meu retorno.
Espero que tenha gostado de ter me acompanhado.
Sugestões, críticas deixe seu recadinho.
Beijinho

Portão dos Leões marca o início da caminhada por onde Jesus teria passado antes de chegar ao Calvário pela Via Dolorosa

4 Comentários
zelia
15 de março de 2015 at 2:07 pmLugar maravilhoso…com certeza eu também voltarei..
Iana Leite Martins
17 de março de 2015 at 10:05 pmQue riqueza. Fiquei surpresa: 3% da população de Israel é cristã! Bjs
Marcionilo Miguel Palma
27 de dezembro de 2015 at 10:54 pmNo final você disse uma coisa que eu já falei para muita gente, visitar Irsael realmente tem um problema: A gente não consegui ir lá só uma vez, já fui 2 e tô voltando.
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