E depois de passear 2 dias pelo norte de Israel, chegou a vez de conhecer o sul do país. A única informação que recebi foi a de que deveria levar roupas de banho para o mar Morto, e nada mais. O dia foi de muitas surpresas!
Depois de uma hora e meia passeando pelo maravilhoso deserto de pedras e montanhas, extremamente fascinantes, chegamos à nossa primeira parada.
Logo na entrada alguns beduínos, que são árabes que vivem de forma nômade no deserto, ofereceram alguns artigos como colares e xales para comprar. Eu logo disse que não queria comprar nada porque, no ano passado, no Camboja, passei por uma situação similar e não foi nada agradável ver rapidamente um monte de gente, inclusive muitas crianças, ao meu redor. Preferi não comprar nada, pelo menos não na chegada.
Mesmo assim 3 beduínos nos seguiram pela montanha. Não tive nenhum medo, e reagi como se aquela situação fosse normal. Subimos a montanha e Yariv Hen, nosso guia, apenas disse: “liga a câmera e me segue”. Lá fui eu … ,caminhando numa trilha estreita, montanha acima e morro abaixo, protegida apenas por uma cordinha.
De repente, não mais que de repente, me deparei com o Mosteiro de São Jorge. De beleza estonteante foi construída ao lado de um penhasco no século VI e reconstruída no século XIX.
O vale ao redor, que muitos acreditam que é o Vale das Sombras citado no Salmo 23, é parte da antiga estrada para Jericó, a cidade mais antiga do mundo, que fica a 4 km do lugar.
Após admirar o monumento, partimos rumo ao rio Jordão. Como não foi suficiente ver o rio Jordão no norte do país, eu agora queria ver exatamente onde Jesus foi batizado na fronteira com a Jordânia. Por isso, mudaram a rota um pouquinho para satisfazer minha vontade. Avi, nosso amigo local, realmente foi meu gênio da lâmpada nessa viagem e realizou todas as minhas vontades, pois eu havia comentado que, se fosse possível, queria ver o lugar. rs. Mimada eu!? Imagina… (risos)
Passando pela fronteira protegida pelos militares, encontramos o lugar. A água é bem barrenta e, se comparada com as águas do norte, é realmente lá pra cima que o ambiente é bem mais bonito. Apesar do rio ser cheio de lama, confesso que achei super legal estar exatamente onde a história aconteceu.
Saindo de lá, continuamos passando pelo deserto da Judéia e chegamos ao ponto mais baixo da terra. 👏 O mar morto fica a 417 metros abaixo do nível do mar. E assim fomos percorrendo a costa do Mar Morto até chegar a Massada que é um dos lugares mais imponentes que já vi. Lá ocorreram duas histórias de extrema importância para o povo de Israel.
Com vista para o deserto de um lado e o Mar Morto de outro, Herodes construiu o palácio que, posteriormente foi transformado em um forte pelos judeus, que resistiram por anos à invasão romana.
O nome significa “lugar seguro” ou “fortaleza”e é protegida pelos penhascos íngremes e terreno acidentado. O acesso pode ser feito por uma longa trilha pela montanha ou por um bondinho.
Tudo por lá é superlativo. Sua história e construção são magnificas.
Ainda é possível ver os resquícios do palácio e partes de mosaicos do lugar. Além disso, identificamos, casa de banho, cisternas, casas do comandante e dos guardas e tudo o que uma verdadeira cidade precisa.
É de impressionar, pois o lugar é no topo da montanha.
No local onde foram encontrados pergaminhos, ou seja a suposta sala de oração, existe um lugar onde um escriba escreve, com caneta tinteiro, a Bíblia como nos tempos antigos. O processo dura um ano. No momento em que o vi, ele estava escrevendo sobre o livro de Ester. Adorei saber, afinal, é um dos livros da Bíblia de que mais gosto.
A fortaleza foi o último refúgio dos judeus expulsos de Jerusalém pelos romanos, após a destruição do Templo no ano 70. O maravilhoso sítio arqueológico ainda conta a trágica história daquele grupo perseguido.
O povo, zelotes judeus, se protegia em Massada e vendo que não teriam como fugir da fortaleza já tomada pelos romanos, escolheram se suicidar para não dar o gostinho de serem pegos por eles.
O líder do grupo instruiu que cada homem matasse a mulher e filhos. Depois fizeram sorteios e se mataram entre si até que o último homem ateou fogo ao próprio corpo e morreu.
Na manhã seguinte, os romanos entraram na fortaleza e encontraram a cidade com cadáveres por toda a parte. Encontraram apenas duas mulheres e cinco crianças que sobreviveram ao suicídio em massa, pois se esconderam numa cisterna e puderam contar o que havia sido decidido na noite anterior.
A história é contada como uma saga de coragem, heroísmo e martírio. Porém, o povo judeu aprendeu uma lição que passa, de geração em geração, a seguinte mensagem: “Nunca mais acontecerá o que aconteceu em Massada” que na verdade significa: lutar até o fim; se suicidar, jamais.
Depois dessa mega experiência, fomos para o última parada do passeio do dia: um Spa no Mar Morto. Lembrando, minha gente, que é inverno e a temperatura dentro e fora da água é de 18 graus.😁 Mesmo com a água gelada (eu odeiooo água gelada😂) não pude perder a experiência e registrar esse momento.
Olha a coragem, eu fui 2 vezes, cada uma 10 minutos. Ui. Mas valeu! É super interessante porque você anda pelas águas até a altura dos joelhos e se deita. Pronto! Já está boiando. É impossível não se encantar com o mar Morto.
Além de ter uma cor azul especial, ops de longe … porque de pertinho a água é meio bege com verde, é incrível a sensação de deitar e a água criar o próprio balanço no corpo pra que ele flutue.
Depois fomos para o spa onde há piscinas termais com a água do mar. Ai, que delicia! E, para finalizar o dia de beleza, uma deliciosa massagem ao som da música judia. 👏😊 super indico 👍
A volta pra Tel Aviv foi incrível. Com o pôr-do-sol e as montanhas desérticas ao redor, me deu uma louca vontade de parar a cada 5 minutos para registrar o momento, mas contive os pensamentos e só admirei a paisagem, que vai ficar guardadinha na memória e no coração.
Agora vamos as fotos e ao mini video. Depois conto os outros dias da viagem que foram bem mais tranquilos que esses.
Espero que goste!
Um beijo e até próximo post.
Aqui segue o link do mini video que fiz: http://www.youtube.com/watch?v=mhK6oFwgzuE
O conteúdo desse Blog pode ser reproduzido, desde que a fonte http://www.femmevoltatil.com seja indicada.
Texto: Kely Martins Bauer/ Revisão: Maria Lucia Castelo Branco
Imagens: Kely Martins Bauer

Comentários
zelia
5 de março de 2015 at 3:28 amMe encanta como você escreve tudo.eu fiz 865 fotos e meu marido filmou…mas escrever não é meu forte.
Parabens
Kely Martins Bauer
8 de março de 2015 at 6:35 pmOlá Zelia,
realmente lá é encantador. Com certeza quero voltar.
Beijos mil
k.